Adoro a vida, a envolvência, a história e, essencialmente, algumas pessoas. Fui para a Universidade do Minho em 1997 para estudar (termo ligeiramente despropositado) e acabei por lá morar durante 8 anos, tendo lá vivido alguns momentos marcantes e inesquecíveis.
Noites na rádio, no Classic Jazz Bar, nos recantos do Bom Jesus, nas maravilhosas vistas do alto do Sameiro e nas viagens nocturnas ao som de Tindersticks, Perry Blake, Joy Division, entre tantos outros, foram imensos os momentos e as sensações, que sempre que lá vou consigo senti-las e recorda-las com alguma nostalgia.
Escolhi a @graficadiariodominho (com a qual tive uma pequena colaboração há cerca 22 anos atrás) para imprimir o primeiro livro e foi natural, diria mesmo inevitável, escolher trabalhar com eles no segundo. Já trabalhei com muita gente ao longo da minha vida e são raros os exemplos que consigam conciliar simpatia, profissionalismo, qualidade, transparência e rigor no trabalho que desenvolvem, da forma que eles o fazem.
Desde o primeiro momento que ajudaram, aconselharam e se disponibilizaram para todas as questões que foram surgindo. Além disso são atenciosos ao ponto de me conseguirem fazer um “mono” (termo dado ao livro de prova) para o dia seguinte a enviar o ficheiro final, de me aturarem durante uma manhã com questões, com verificações, a testar alternativas, a fazer sugestões técnicas e a explicá-las de forma tão simples que facilmente as conseguia entender e visualizar.
Sendo um livro sobre a familia, fez-me todo o sentido levar comigo a minha mãe (o meu filho tinha ido comigo no outro livro). Não só a acolheram de forma simpática e amigável, como fizeram questão de lhe mostrar a gráfica de ponta a ponta, explicando todos os processos de produção de livros, jornais e afins.
Além disso, ao mostrar-lhe uma foto muito antiga e algo deteriorada que ela tinha do meu avô (nada inocente, claro), logo a passaram para uma colaboradora (que jurava conhecer-me de algum lado) tratar da imagem e imprimir em alta qualidade, disponibilizando-se para a enviar junto com o trabalho final.
E isto dá-me um gozo brutal, trabalhar desta forma e com pessoas assim. Pessoas que gostam daquilo que fazem, que respeitam as pessoas, que se focam no processo, na criação e naquilo que é essencial para alcançar o melhor resultado possível para todos. Não sei se dá muito trabalho ou não, eles fazem-no parecer tão natural que até parece fácil.
Se podia ser noutro lugar que não Braga? Talvez, mas ainda bem que não é.